domingo, 25 de setembro de 2011

Quinta do Covelo em Paranhos, Porto


Depois de umas horas bem passadas, na companhia do Professor Sérgio Veludo, a ouvir como decorreu o Cerco do Porto, o que lhe deu origem e qual o seu desfecho, tudo para enquadrar a importância da Quinta do Covelo neste contexto, cá fica o óbito de João António, voluntário, filho de Luís Bernardo, da comarca de Moncorvo que morre a cinco de Outubro de 1832, em Paranhos, onde foi sepultado no adro da Igreja, provavelmente em consequência dos combates travados no dia 16 de Setembro desse ano, data em que as tropas liberais conquistaram o "monte". Não sei de lado alinhava o João António, mas isso neste momento é o menos relevante.




A informação que se segue foi obtida no blog: Monumentos desaparecidos



 A quinta e capela do Covelo, na freguesia de Paranhos, cidade do Porto


 
 
«No século XVIII, aí por 1720, a quinta, então chamada do Lindo Vale ou da Boa Vista, pertencia a um fidalgo chamado Pais de Andrade. Pela morte deste passou, por herança, para duas filhas que a venderam a um negociante chamado Manuel José do Covelo. A partir daqui fica-se a saber por que é que a quinta se passou a chamar do Covelo. No século XIX há o registo de nova mudança de dono por 1829 ou 1830, a quinta foi vendida, pelos descendentes do Covelo, a Manuel Pereira da Rocha Paranhos e passou a ser conhecida, também, por Quinta do Paranhos. O Manuel José do Covelo foi sepultado num mausoléu de pedra no interior da capela que tinha Santo António como padroeiro. O que resta dessa grande propriedade pertence, hoje, à Câmara do Porto que ali instalou um parque público.

 
A casa e a capela, um belíssimo conjunto da Arquitectura setecentista, foram incendiadas e destruídas, em 16 de Setembro de 1832, na sequência de combates entre liberais e miguelistas, ocorridos durante o Cerco do Porto. Logo a seguir à entrada no Porto do Exército Liberal, a 9 de Julho de 1832, os miguelistas trataram de montar, a partir do que, então, eram considerados os arrabaldes da cidade, um apertado cerco aos sitiados. Nesse sentido , criaram posições ofensivas em sítios de onde mais facilmente, através das suas peças de artilharia, lhes fosse possível atingir o centro da cidade e, ao mesmo tempo, impedir o reabastecimento das tropas liberais e dos próprios civis.

 
O alto do Covelo, a que popularmente se chamava "o monte", foi considerado pelas tropas absolutistas como o sítio ideal para montar a artilharia que havia de metralhar o centro do Porto e vigiar as movimentações de civis no sentido de impedir, por exemplo, que os lavradores de Paranhos introduzissem na cidade mantimentos e outros viveres através da estrada da Cruz das Regateiras. E com estes propósitos criaram uma autêntica fortificação na Quinta do Covelo. Só que os liberais não ficaram quedos. Consta que por iniciativa do próprio D. Pedro IV as tropas constitucionais resolveram, em 16 de Setembro de 1832, desalojar os miguelistas do reduto do Covelo, a fim de ficarem com o controlo daquela zona, de grande importância estratégica para os combates que estavam para vir. Os objectivos dos liberais foram conseguidos. Uma força de "mais de 1400 baionetas", além de terem escorraçado os miguelistas, a quem causaram inúmeras baixas, ainda arrasaram fortificações e destruíram baterias e canhoneiras. Mas por muito pouco tempo os soldados de D. Pedro lograram manter as posições que haviam conquistado. Os absolutistas contra atacaram, em Março de 1833, e conseguiram, depois de renhidos combates, com enormes perdas para as duas partes, retomar as posições que pouco antes haviam perdido. De imediato iniciaram a construção de "defesas do monte" erguendo ao redor estacadas ou paliçadas com o que pretendiam ocultar os trabalhos de fortificação que andavam a fazer. E os liberais? Que fizeram ? Voltaram ao ataque. Numa das digressões que diariamente fazia aos locais onde o perigo mais se fazia sentir, D. Pedro passou pela Aguardente (actual Praça do Marquês de Pombal) e apercebeu-se do perigo que constituía para a sua causa o facto de os miguelistas terem retomado o Covelo e providenciou para aquela posição voltasse a ser ocupada pelos liberais. Isso aconteceu a 9 de Abril de 1833. E a delicada e arriscada tarefa foi confiada ao coronel José Joaquim Pacheco que, mais tarde, viria a morrer, em combate, na Areosa. A cidade, agradecida, deu o seu nome à antiga Praça do Mirante que é hoje a Praça do Coronel Pacheco. Uma crónica da época refere esta segunda tomada do Covelo pelos liberais, da seguinte forma "a 7 de Abril descobriu-se a longa estacada feita pelos miguelistas desde as primeiras casas de Paranhos até às eiras do Covelo. Queriam fortificar-se ali. Não havia tempo a perder. Era preciso desalojá-los. A artilharia dos liberais começou a responder desde as primeiras horas da manhã do dia 9 e durou o fogo até ás seis da tarde. Cruzaram-se os fogos das baterias da Glória (Lapa), do Pico das Medalhas (Monte Pedral), do Sério (alto da Lapa), da Aguardente (Marquês de Pombal) e de S. Brás. Uma força de mil homens saiu fora das linhas parta tomar de assalto o monte do Covelo. Mas no dia seguinte (10 de Abril) os absolutistas voltaram com o intuito de retomarem as posições perdidas e onde os liberais haviam levantado um reduto em menos de oito horas. Estavam lá dentro apenas 200 soldados. Foram atacados por mais de 2000 do inimigo. Foram momentos decisivos. Duzentos homens livres conseguiram pôr em fuga 2000 do inimigo.»

 
«Observação: Como muitos dos habitantes da Cidace Invicta saberão, a Quinta do Covelo não desapareceu, pelo menos na sua totalidade. É actualmente em parte (45%) um Jardim Público, pertença da C.M. do Porto, com baloiços e diversões para as crianças. Os outros 65% pertencem pelo que soube ao Ministério da Saúde e são compostos por uma parte ainda rural onde se encontram os restos das ruínas da casa senhorial, uma segunda casa rural envelhecida que está actualmente ocupada por uma família que excuta as funções de "caseiros" e um pequeno bosque. Esta parte que engloba as Ruínas está interdita ao Público e em continua degradação.»


Uma outra notícia sobre a quinta pode ser lida aqui: A baixa do Porto


Para terminar três mapas da época:



 Instituições e arruamentos no Porto e suas vizinhanças em 1832
Linhas defesa do sector ocidental Porto
Linhas defesa do sector oriental Porto
Para obter uma excelente imagem do Porto nas primeiras cinco décadas de 800 ver esta entrada no blog Do Porto e não só

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

José de Carvalho e família brasileira - Brasil

Será que alguém tem fotos com alguma destas pessoas?


A fotografia foi tirada no Brasil pelos finais de 1800
e nela figura José de Carvalho (de barbas, sentado), natural de
Santa Marta de Penaguião e a sua família brasileira.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mort Safe: Bibliografia

Mort Safe: Bibliografia: Título: Cemitério de Lisboa: Entre o Real e o Imaginário Autor: Francisco Moita Flores Editora: Câmara Municipal de Lisboa Ano: 1993 Em ...

TítuloAutor: Data de Publicação: Editora: Páginas: ISBN:

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Figuras ligadas ao desporto no Cemitério de Agramonte

António Nicolau de Almeida

António Nicolau de Almeida nasceu no ano de 1873 tendo falecido em 1948. Foi o fundador e o primeiro presidente do Futebol Clube do Porto.
Foi também um comerciante de vinho do porto, e numa das suas viagens a Inglaterra ficou fascinado com o futebol e desde logo começou a pensar na ideia de criar um clube em Portugal. Assim juntamente com mais uns amigos da alta sociedade, no dia 28 de Setembro de 1893, fundou o Foot-Ball Club do Porto.
No dia 2 de Março de 1894 realizou-se na cidade do Porto, o primeiro jogo contra o Club Lisbonense, uma partida que foi apadrinhada pelo Rei D.Carlos, e na qual as duas equipas representaram as suas cidades. O encontro teve o nome de: 1º Lisboa-Porto Cup D´El Rey.
No entanto depois desse encontro, António Nicolau de Almeida acedeu ao pedido da sua futura esposa Hilda Rumsey e afastou-se do clube, por ela considerar o futebol um desporto bastante violento.
Bem dito o dia em que António Nicolau d´Almeida teve a honra de fundar este clube, um clube que de certeza o deixaria orgulhoso ao ser Bi-Campeão Mundial.
António Nicolau de Almeida esta sepultado no cemitério de Agramonte muito perto das ruinas do teatro de Baquet. (texto retirado com a devida vénia do blog: Estrelas do F.C.P.)




Miguel Siska (1906-1947)




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Duas obras imprescindíveis para quem estuda o Marco de Canaveses

José António Reis, publicou duas obras fundamentais para quem estuda o concelho do Marco de Canaveses, mais propriamente quem se debruça sobre a história de família. O primeiro da sua autoria exclusiva e o segundo em parceria com dois co-autores: João da Paz Carvalho e Belmiro da Costa Pinto.